Bateu aquela saudade...

Aaah... Saudade!!!
Saudades de quando eu ainda não te conhecia...
Saudades daquele tempo que eu era eu mesma...
Saudades de quando eu vinha aqui...
Diante do computador e... Eu...
Era apenas eu...
Eu vagava por entre as comunidades do ORKUT...
Procurava aprender como se fazia um scrap...
Como montar, fazer com que as palavras...
Ficassem belas e charmosas.
Bem posicionadas, centralizadas...
Com algumas imagens ou gifs.
Chegava do trabalho e o pouco tempo que eu tinha...
Vinha aqui.
Mas você precisava aparecer...
Precisava tomar meu tempo...
Bagunçar minha vida.
Tantas vezes quis jogar tudo para o alto e...
Seguir sozinha...
Mas, não!!!
Você não deixava...
Dizia que eu era importante...
Que eu era especial...
Você se lembra? 
Lembra???
E... Eu ficava!!!
Deixava o tempo passar...
Mas qual importância você deu a tudo isso?
Nenhuma!!!
Importância nenhuma!
Você vinha quando queria.
Dava desculpas esfarrapadas...
Sem pé, nem cabeça.
Mas... Eu...
Eu fingia acreditar...
Porque havia me apaixonado por você!
Amei você!
Com o amor mais puro e ilógico que existe! 
Mas nenhuma importância foi dada!
Você quando sentiu vontade de seguir só...
Quando você se viu livre de certos empecilhos...
Você foi embora...
Saiu pisando em quem perdeu tempo...
Sim foi um grande tempo perdido...
Tempo que dediquei a você.
Todos aqueles dias...
Naquelas horas de mais tristezas, decepções...
Foi eu quem secou suas lágrimas...
Foi eu quem ouvia seus desabafos...
Sem nada dizer...
Sem nada contar...
Então você se foi esbravejando...
Gritando... Berrando!
Você foi embora para não mais voltar.
Ah!...
És muito orgulhoso para admitir que errou...
Pedir desculpas... Nem pensar.
Para você tudo é reciproco...
Mas se esquece de que foi o primeiro a ferir.
E ainda saiu dizendo...
Se você fechar a porta... 
Não volto mais.
E... Eu... 
Fechei a porta!
Você... 
Não voltou!
Mesmo assim me preocupei...
E liguei para você...
Você?
Ah!...
Fingiu não saber quem era.
Fingiu que o telefone estava com problema...
Batia e se fazia de surdo!
Não ouvia nada.
Mas quando eu disse...
- Estou preocupada com você...
- Como você está?
Como por encanto o telefone funcionou perfeitamente!
Mas... Meus créditos acabaram...
É... Acabaram sim...
Depois daquele tapa na cara... 
Ainda não consegui te dar nenhum credito novamente.
Naquele instante, eu odiei você!
Mas ainda voltei a procurar você...
Mas não obtive resposta.
Então te odiei...
E jurei não mais te procurar...
Não iria dizer uma única palavra...
Apenas responderia o que me perguntasse.
Se me procurasse... 
Trataria com educação, nada mais!
Naquele dia você morreu para mim... 
Todo respeito e carinho... Também morreram.
Se foram e ainda não voltaram.
Das vezes que me dirigiu a palavra...
Foi apenas para se lamentar! Como sempre.
Não quis saber de mim, nem como estou.
Ainda não admite que errou, que feriu, machucou...
Pisou e magoou.
Pisou até saciar.
Então o tempo passou e hoje estou aqui...
Peguei-me com você nos pensamentos...
Mas, não fui eu quem procurou você...
Não foram meus pensamentos que se voltaram a ti...
Mas, sim...
Você quem apareceu em meus pensamentos...
Assim do nada!
De repente!
Isso causou revolta!
Raiva!
Fiquei irritada!
E então...
Bateu aquela saudade...
Saudades de quando eu ainda...
Não conhecia você!

Angel Solitary